quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SAÚDE DA FAMILIA MILICIANA

No passado, muito antes do advento do Código de Vencimentos e Vantagens os policiais militares e seus dependentes tinham a assistência médica e odontológica através do Instituto de Previdência do Estado – IPE.

Em todos os procedimentos o servidor pagava 20% (vinte por cento) como fator moderador ficando o restante as expensas por conta do IPE. Como a Corporação dispunha de um Hospital todos os procedimentos realizados naquele local dispensavam o pagamento daquele custo a cargo do policial.

Se a Corporação tinha um Hospital, contava também com um quadro de saúde composto por médicos, dentistas, farmacêuticos, bioquímicos, veterinários, enfermeiros etc. O pessoal desse quadro de saúde desempenhava suas atividades nas Unidades e complementavam o horário de expediente no HPM. Era um momento diferente do atual. Embora houvessem as atividades policiais o efetivo ativo, não envolvido em escala de serviço, ficava aquartelado. Assim, havia o médico, o dentista e o enfermeiro atuando na Unidade.

O ambulatório, anexo ao Hospital, atendia basicamente os dependentes e o pessoal da reserva com médicos civis contratados e suplementação dos Oficiais médicos que dividiam seu turno de trabalho com as Unidades para as quais estavam classificados.

As atividades policiais evoluíram, passaram a exigir maior presença policial e, em conseqüência, o panorama mudou. Já não encontramos efetivo de reserva aquartelado. As folgas da escala de serviço levaram a situação de dispensa de expedientes. Logo, a presença de médico na Unidade deixou de ser interessante. Essa nova situação provocou o aumento da demanda por atendimento ambulatorial. Não bastasse o crescimento do número de dependentes e inativos, foram somados os ativos que buscam atendimento medico. Ainda devemos considerar que o efetivo de profissionais do quadro de saúde foi reduzido.

Houve um momento em que o efetivo da Corporação e o número de beneficiários do sistema de saúde começou a crescer demonstrando que o Hospital disponível já não tinha mais estrutura física suficiente para atender a demanda. Surgiu, então, a possibilidade de se construir uma nova ala do Hospital que hoje conhecemos como o HPM, um novo Hospital. Onde o Comando iria buscar recursos para tal empreitada? Todos sabemos que o governo só é pródigo em investimentos que possam ser traduzidos em votos. Se nenhum governo que passou por este estado teve a preocupação de construir um Hospital para o Servidor Público, porque iria investir em um que atende apenas um segmento?

Surgiu, então, o empréstimo compulsório para construir o Hospital. Quem não concordasse devia se manifestar. O alto espírito de solidariedade e de corpo que imperava na comunidade miliciano não apresentou um caso de contrariedade. E, assim, o projeto foi iniciado e prosperou.

Quando se projetou o Código de Vencimentos o HPM estava em fase conclusão da obra e já se pensava nos recursos necessários para equipá-lo. Por isso, foi incluído o artigo que impunha o desconto mensal de 2% do soldo para assistência médica e hospitalar complementar. Na época, o que se pensava em assistência médica complementar era o custeio dos 20% sob responsabilidade do servidor, pois o IPE continuava pagando 80%.

O tempo passou. O Fundo de Saúde constituído pelo desconto imposto no CVV foi se deteriorando. E hoje, com muita tristeza, vemos que nosso sistema está em dificuldade.

Ainda é tempo de buscar alternativas que venham alavancar o sistema. Não podemos continuar a insistir no vicio de criticar gestores do sistema, de responsabilizar pessoas, reviver o passado e deixar para os atuais gestores a responsabilidade de encontrar a solução, que com toda certeza não encontrarão se não houver a participação de todos sem paixão e casuísmo.

Em conversa com o Comandante Geral, apresentamos a nossa preocupação e mostramos o interesse do Clube em promover um fórum especifico para tratar do assunto. Tivemos boa acolhida e a promessa de estimular a participação.

Diante do exposto, nos mandem as sugestões dos temas que devem ser discutidos. Mandem suas idéias. Participe. Afinal, você e seus dependentes são beneficiários. Se o sistema de saúde estiver funcionando bem, você estará sendo bem atendido, se estiver mal você não vai poder criticar pois está tendo a oportunidade de partcipar.

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