quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

DISCIPLINA EM CHEQUE

Sempre conduzi as ações na presidência do Clube com a postura de respeito a todas as autoridades e de apoio ao Comandante Geral da Corporação independente da pessoa que exerce o cargo. Esta atitude é fruto do carinho que tenho pela instituição e reconhecimento da responsabilidade que todos policiais militares tem no exercício de suas funções em benefício da população do estado
Sempre defendi a conduta disciplinada, respeitosa e leal em todos os segmentos hierárquicos, reconhecendo o cuidado que os superiores devem ter com o bem estar de seus subordinados para que estes tenham todas as condições materiais, físicas e psicológicas para o exercício de sua atividades dentro de padrões técnicos que atendam os anseios da comunidade.
A tese de que Polícia Militar é instituição de Estado e não de governo parece não ter sido assimilada pelas autoridades (passageiras) que respondem pelos programas de segurança públicas. Tem sido uma prática comum neste governo o uso indiscriminado da Corporação para a satisfação dos interesses políticos e partidários, mesmo que para isso tenha que ser imposta à PM atividades quês se caracterizam pelo desvio das sua missão constitucional.
Não pretendo fazer abordagem completa desses desvios de função para não fugir do assunto que desejo abordar. Fico apenas em dois exemplos. A implantação da Guarda Portuária no Porto de Paranaguá e o emprego de Policiais Militares na segurança interna de presídios .
A segurança física e patrimonial do Porto é de responsabilidade do Porto. A esse organismo cabe a manutenção de sua segurança.É evidente que por economia é mais fácil reduzir o efetivo do policiamento ostensivo no litoral. O custo de um policial militar é bem menor. Da mesma forma, a segurança interna de um presídio. O salário inicial de um agente penitenciário e bem superior de um soldado da policia militar em final de carreira.
Agora, enquanto aproveitamos um final de semana de lazer vemos a imprensa publicar o descontentamento dos policiais civis e, inclusive, a sinalização de uma possível greve para obter melhorias salariais.
É este o momento oportuno para demonstrar ao governo, que vem nos enrolando há mais de dois anos com promessas, que os policiais militares também estão descontentes. Devemos hipotecar solidariedade aos policiais civis não assumindo nenhuma das funções que lhes são peculiares.
Tem sido muito fácil para o governo sufocar as reivindicações dos outros usando a PM. É precisos dar um basta. Não somos objetos descartáveis. O governo tem se mostrado generoso com o chapéu alheio. É magnânimo em obrigar a sociedade civil a pagar um salário regional acima dos padrões nacionais, mas continua pagando mal seus servidores e, ainda, usa sua polícia mal remunerada para sufocar as reivindicações das outras categorias.
Os Comandos devem pautar a sua conduta dentro do que define a lei e não aceitar desvios de funções. É preciso entender que as praças conhecem muito bem as leis, quais são os seus direitos e deveres. E quando notam que os superiores aceitam a quebra de preceitos legais e regulamentares se acham no direito de seguir o mesmo caminho. Por isso, deixo um alerta: A DISCIPLINA ESTÁ EM CHEQUE.

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