quarta-feira, 7 de julho de 2010

INDUSTRIA DO DENUNCISMO

Há muito tempo estaos acompanahndo pela imprensa noticias, comentários, acusações, resultados de operações realizadas pela Polícia Federal que denigrem a imagem de pessoas influentes e ocupantes de cargos publicos relevantes. A imprensa escrita, falada, televisada faz uma festa tremenda pois é a custa, muitas vezes, da maledicência e acusações precipitadas que vedem seu produto.
Por sua vez a PF, talvez com o objetivo de mostrar serviço, deixa vazar para a imprensa informações punindo moralmente pessoas sem que estas tenham a oportunidade de apresentar ao publico a sua versão para os fatos.
Não nos cabe julgar se o Cel Filardo é, ou não, culpado de todas as acusações que lhe foram apontadas, mas temos o direito de protestar e nos indignar com a forma como estamos sendo tratados por uma instituição co-irmã.
Sabemos que no ambiente da PF há funcionários envolvidos em desvios de conduta muito mais graves do que os apontados ao nosso companheiro de PM, no entanto, não são divulgados para a imprensa porque precisam preservar a instituição.
O convívio harmoniozo entre as instituições PM, PC, PF e PRF é muito importante para que se consiga alcançar os niveis de segurança pública desejados pela população. Isso não quer dizer que devamos acobertar falcatruas, crimes e desvios. Precisamos, sim, tomar o cuidado de divulgar para a opiuião publica os resultados finais. O policial foi investigado, foi processado, foi julgado e condenado.
Não tenho mais paciencia para ver tanto noticiário de prisão de personalidades em decorrencia de operações com nomes pomposos e que nunca deram em nada.
Recentemente, estava na fila de caixa de um supermercado e a mocinha na minha frente, olhando para a manchete que estampava a prisão de um industrial pela PF comentou com sua mãe: "Viu, mãe, agora estão prendendo os ricos". O industrial esta soldo e frequentando as altas rodas políticas deste país.
É preciso começar a repensar algumas atitudes. A punição moral é, muitas vezes, pior do que a de privação da liberdade. A punição moral não afetas apenas a pessoa, mas a todos que os cercam - a familia, os amigos a instituição a que pertence.
Como é comum dar espaço apenas a um lado, tomo a liberdade de usar este forum do Clube dos Oficiais para apresentar abaixo o e-mail que recebi.


" A verdade sobre a prisão do Cel Filardo"




"Este email serve para explicar a verdade sobre a prisão do Coronel Sergio Filardo, atual Comandante do Policiamento do Interior da Polícia Militar do Paraná, são seis laudas. É a primeira vez que vou me manifestar.

"Se você conhece o Coronel Sergio Filardo e quer prestar seu apoio, leia este email e repasse-o para todos os seus contatos, sempre tendo o cuidado de não expor seus contatos, utilize a Cópia Oculta, porque muitos maliciosos podem estar utilizando seus contatos para passar emails infectados com vírus.

"Primeiro esclarecer que quem me conhece sabe da minha índole, de que jamais deixaria de ajudar alguém ou simplesmente atender qualquer pedido de esclarecimento dos trabalhos desenvolvidos pela Polícia Militar do Paraná. E foi nesta situação que fui envolvido numa escuta telefônica denominada, “Desvio de Áudio”, onde um “amigo” de colégio que estudou comigo desde a sexta série até o terceiro ano do segundo grau no Colégio da Polícia Militar do Paraná, que apesar de termos estudado juntos, nossas vidas tomaram rumos diferentes a partir do término do 2º Grau, ele foi para o Tribunal de Contas do Estado e eu segui carreira na Polícia Militar do Paraná.

"Ele pediu esclarecimentos sobre uma ocorrência que o Batalhão Ambiental Força Verde da PMPR atendeu, onde havia sido atendida “denúncia e autuado” um viveiro de pássaros no município de Borda do Campo-Pr, por policiais do Batalhão Ambiental, por falta de documentação necessária para tal. Orientei-o que deveria providenciar os documentos e apresentar no Instituto Ambiental do Paraná, pois era pra lá que esta autuação, feita pelos policiais ambientais, seria encaminhada, por telefone ele garantiu que o dono do viveiro era seu amigo e conhecido e que ele teria dado entrado no IBAMA, na regularização do viveiro de pássaros, mas que estava no aguardo de alguns documentos para comprovar e que teria protocolos que provariam que o criadouro estava legalizado, falei pra ele que procurasse então o IBAMA, mas já orientei a procurar um advogado, pois precisaria caso necessitasse de mais informações. Depois de orientado o citado “amigo” ligou para o meu celular algumas vezes perguntado como seria o tramite e como deveria proceder, fiz algumas orientações e ele ficou preocupado com a demora no atendimento ou despacho do protocolo em questão (aproximadamente um ano), então disse pra ele que dependia de análises dos setores responsáveis, mas que esta burocracia era normal e que ele não se preocupasse, pois se existiam documentos e defesas apresentadas, com certeza chegaria a um final saneador, a preocupação era a multa aplicada, expliquei que enquanto não houvesse um parecer do órgão competente a multa não seria cobrada. Paralelo a essa situação o referido “amigo” trabalhava no Gabinete do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Paraná responsável por auditar as contas da PMPR, e por algumas vezes fui até o Tribunal, tratar de assuntos de interesse profissional da corporação, porque trabalhei, antes de ser o atual Comandante do Policiamento do Interior, como Diretor de Finanças da PMPR, não diretamente com ele, pois cada Inspetoria tem o seu Auditor e equipe. Então eu não tinha nenhum motivo para duvidar da idoneidade do “amigo” e muito menos saber que ele poderia ter envolvimento com pessoas que praticavam qualquer crime ambiental.

"Para nossa surpresa a Policia Federal que investigou o caso, enxergou um relacionamento, onde o Coronel Filardo seria um praticante de Tráfico de Influência, com as pessoas que foram detectadas que seriam os responsáveis pelo Tráfico de Animais Silvestres. O Coronel Filardo, que recebeu ligações telefônicas somente deste “amigo” do Tribunal de Contas foi acusado de ser um facilitador, para que este processo que estava dentro do Instituto Ambiental do Paraná fosse arquivado ou qualquer outro encaminhamento fosse dado para ele. Lembro que este processo estava previsto para ser julgado no dia 09 de Julho próximo, portanto nem tinha sido dado ainda o parecer, e se haviam documentos que avalizassem tal procedimento não era de conhecimento do Coronel Filardo. Se o Coronel Filardo quisesse que este processo fosse arquivado nem teria ele deixado sair de dentro do Batalhão Ambiental. Pois quem atendeu a denúncia foram Policiais Ambientais, e na teoria ele poderia se fosse de má índole, nem enviar os documentos ao Instituto Ambiental do Paraná.

"Na verdade o Coronel Filardo apenas atendeu uma solicitação de um amigo profissional, na orientação de como proceder na defesa de um ilícito ambiental, coisa que ele fazia sempre que qualquer pessoa, amiga ou não, lhe perguntasse, quem o conhece sabe que ele não se parece com um ogro, e faz parte da profissão dele atender bem a sociedade.

"Estou solicitando ao meu Advogado que deixe a disposição da justiça, sem precisar de pedido judicial, o meu sigilo bancário, para que se faça uma devassa no meu patrimônio, para saber se ele está compatível com meus vencimentos. Inclusive para qualquer pessoa poder acessar. Se houvessem indícios estes já estariam sendo usados contra ele.

"Se fosse praticado tráfico de influência aonde ele iria se locupletar, pois já chegou ao último posto da Corporação, e podemos assegurar que nenhum ascendente, descendente, cônjuge ou parente, está efetivado no serviço público, ou qualquer estabelecimento comercial relacionado pela Polícia Federal nesta operação.

"Resumindo onde está confirmada a “compensação” que ele teve em estar “in tese”, praticando o crime de “tráfico de influência”. Só para ilustrar, se o policial prende um traficante de drogas, pode ser uma tonelada de maconha, acontece o seguinte, ele conduz o traficante para a Delegacia, é realizado o flagrante delito, é expedida a prisão temporária do traficante, mas quem pode afirmar que aquele homem preso é um delinqüente fora da lei, somente uma pessoa, chamado Perito, que vai através de um teste confirmar que aquela tonelada apreendida é o narcótico denominado “cannabis sativa” vulgarmente conhecida como “maconha”, então ele expede um Laudo que vai subsidiar o Juiz para que sentencie o traficante e coloque-o na cadeia, ou seja, não é a tonelada de maconha que vai para a mesa do Juiz, é um papel assinado por um perito que acompanha o processo.

"Bem se fosse somente isso já era lastimável, agora vem o pior, o caso cercado de todo sigilo possível, até mesmo com o Comando Geral da Corporação, sendo o Coronel Filardo chamado ao Quartel do Comando Geral, para lhe fosse lido o Mandado de Prisão e procedido à competente oitiva, e antes mesmo dele ser ouvido, enquanto estavam sendo lidos os documentos expedidos, estava sendo dado em primeira mão pela Rede Paranaense de Televisão (RPC), o nome do Coronel Filardo como preso por estar envolvido em Tráfico Internacional de Pássaros, a pergunta que não tem resposta, se era uma operação sigilosa, como e com quem a RPC conseguiu ter acesso aos nomes das pessoas envolvidas com tanta rapidez assim. Quem ligou ao Coronel Filardo para dizer que ele estava sendo acusado e já estava preso, foi a Mãe dele, uma senhora de 70 anos, com a saúde comprometida, mas forte o suficiente para proteger seus rebentos não importando a idade ou situação.

"Então o estrago já foi feito, aquela noticia entrou por todos os lares, repartições, rádios, ou qualquer outro meio de comunicação, tachando o Coronel Filardo de Traficante, apesar de carecer de uma análise mais criteriosa. Essa prática de você ser escrachado pela mídia está se tornando cada vez mais constante. E você sabe quando isso poderá ser revertido? Nunca. É essa covardia que os meios de comunicação aplicam às pessoas como o Coronel Filardo, que terão a possibilidade de provar sua inocência, mas num futuro distante, pois o mal já foi feito. Pode existir um processo por calúnia, difamação ou qualquer outra modalidade que repare a imagem do Coronel Filardo, mas que não modificará um milímetro o sulco das cicatrizes produzidas por quem deveria ter decência em tratar este assunto de maneira que o mal não triunfasse momentaneamente. No artigo 5º da Constituição Federal, inciso LVII, descreve-se que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, determinando que até o trânsito em julgado da ação penal, deve-se presumir a inocência do acusado.

"Pense bem você, que está lendo este desabafo, se pertence à PMPR, ou qualquer órgão governamental que esteja sujeito a situações parecidas, ou que faça parte da sociedade, o que acontecer conosco nós temos a possibilidade de nos defender. Mas e a família, os filhos, cônjuge, mães, pais, parentes, os amigos de uma pessoa que sofra um ataque covarde, o que faz e como ficam. Minha filha que tem dois anos e meio de idade, viu minha mulher chorar por um dia inteiro e como não sabia o que se passava, e não entenderia se fosse explicado, mas sentiu toda angustia da mãe, teve sua boquinha inconscientemente toda mordida por dentro, provocando ulcerações e aftas que lhe renderam uma dor muito forte, que a impediram de se alimentar corretamente por dois dias, o Pediatra atestou.

"Você que fez esta maldade lembre-se disto que eu escrevi, porque com a Graça de Deus eu vou conseguir comprovar minha inocência, não terei os minutos de glória que a RPC proporcionou a Você quando injustamente me acusaram, mas com certeza o mal nunca prevalecerá sobre o bem eternamente.

"As feridas cicatrizarão, minha filha voltará a se alimentar normalmente, minha família se resignará, os amigos me apoiarão a verdade prevalecerá, e Você verá tudo isso acontecer, como diz o dito popular, “aqui se faz, aqui se paga”. Não desejo o mal para ninguém, nem para as pessoas que arquitetaram essa maldade, porque como religioso que sou, acredito na justiça divina, e podem ter certeza ela tardará, mas não falhará.

"Por derradeiro quero imensamente agradecer o apoio incondicional do Comando Geral da PMPR (Comandante Geral e Chefe do Estado Maior) e alguns Coronéis da Ativa da Polícia Militar do Paraná, que convivem comigo a mais de trinta anos, que acreditam na minha inocência desde o primeiro dia desta tragédia mal arquitetada, mesmo sem saber direito do que se tratava. Aos Companheiros da reserva da PMPR (aposentados) que também estiveram dando seu apoio. A Associação da Vila Militar - AVM (Presidente e Vice-Presidente), a Associação dos Militares Ativos e Inativos - AMAI (Presidente e Setor Jurídico), Clube dos Oficiais da Polícia Militar do Paraná, todos os oficiais e praças que hipotecaram seus apoios incondicionalmente. Aos meus Amigos que não me abandonaram neste momento crítico, por terem me visitado, e deixado suas marcas na minha alma. A você que não acredita em nada do que escrevi acima e duvida da minha idoneidade, lhe respeito, mas alerto, não julgue, para não ser julgado, o indiciamento não é uma condenação, ela só virá se forem comprovados, depois de analisados todos os fatos, por pessoas que juraram defender a justiça.

"Minha prisão temporária não foi prorrogada, por entenderem que estou consciente da colaboração para que tudo seja esclarecido, acredito no trabalho dos funcionários públicos responsáveis. Recebi dos meus advogados, desde os primeiros momentos todo o atendimento e orientação no sentido de levar ao conhecimento da douta Autoridade Policial Federal responsável pela investigação as primeiras informações devidamente comprovadas por documentos que davam conta de não estar envolvido em qualquer dos delitos que estão sendo apurados, agradeço, portanto o empenho dos Senhores Advogados BENEDITO DE PAULA e JEFFERSON AUGUSTO DE PAULA, da “De Paula Advocacia e Consultoria Jurídica”.

"Estarei retornando para o meu local de trabalho frente ao Comando do Policiamento do Interior, nesta segunda feira, até porque tenho o direito de me defender das injustas agressões, estarei trabalhando da mesma maneira como venho trabalhando nestes 32 anos e meio dedicados a Policia Militar do Paraná. Peço aos meus amigos que me defendam se alguém falar mal de mim quando eu não estiver presente, porque se alguém tiver coragem de falar mal de mim na minha frente, vai ter que provar e ainda receberá o tratamento adequado e na mesma proporção.

"Vamos criar uma corrente forte de defesa dos nossos direitos e de proteção à nossa Corporação. Se alguém achar que eu não tenho competência ou moral para continuar desempenhando o meu trabalho na Polícia Militar do Paraná e mais especificamente frente ao Comando do Policiamento do Interior que atire a primeira pedra.

"Curitiba, Pr, 05 Julho 2010. Assinado."



Coronel QOPM SERGIO FILARDO

Comandante do Policiamento do Interior da Policia Militar do Paraná"

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