sexta-feira, 11 de novembro de 2011

SAUDE DO MILICIANO REFRESCANDO A MEMORIA

                                                              Quem dá a bofetada esquece. Quem a recebe, jamais.

          O problema da assistência a saúde do policial militar não é novidade. Há mais de dez anos que o problema se agravou e tem sido uma preocupação constante de todos os Comandantes Gerais que passaram nesse período. Foi na vontade de encontrar um caminho possível de solução que, em maio de 1.999, foi instalada uma Comissão nomeada pelo Comandante Geral através de Portaria. Faziam parte dessa comissão: Coronel Honório, na época Diretor de Apoio Logístico, como presidente da Comissão; o então Capitão Renato, Oficial da PM-1, como Secretario; e os membros eram o Diretor de Saúde, o Gestor do Fundo de Saúde, o Diretor do HPM, o Chefe do Centro Odontológico e o Chefe do Laboratório. Além desse pessoal do serviço ativo foram convidados a participar o Presidente do Clube dos Oficiais, o Presidente da AVM e o Presidente da AMAI.

          O problema foi debatido até o final do ano. Houve, por parte dos representantes da entidade o cuidado de fazer um consórcio e contratar um Consultor em Medicina de Grupo, que tivesse participação ativa nos trabalhos dando as orientações quanto a elaboração de um sistema de atendimento a saúde por auto gestão.

          Naquela época já tivemos dificuldades em encontrar o registro do volume de atendimentos e procedimentos realizados no sistema de saúde. Parece que até hoje essa dificuldade permanece, pois não encontramos esse demonstrativo para consulta.

          Em janeiro 2.000, tivemos três reuniões. Na primeira, foi feito uma síntese de todos os temas levantados e designado um relator. Na segunda, o relator apresentou o rascunho do relatório e entregou a cada membro da comissão uma copia para que cada um tivesse a oportunidade de apresentar suas emendas, correções, sugestões de modo a permitir a redação final. Para nossa surpresa, na ultima reunião, antes da apresentação formal do trabalho, o Cel Honório (presidiente da Comissão) recebeu uma correspondência do Cel Kfouri que, em nome de todos os Oficiais da área de saúde, manifestavam o seu afastamento do Grupo , sem manifestar os motivos. Os membros restantes da Comissão, diante do fato, ficaram com o impasse Apresentar o relatório do trabalho, ou manifestar ao Comandante que não havíamos chegado a concluir em virtude do espontâneo do pessoal especialista. Houve o consenso de que o trabalho deveria ser apresentado. Assim foi feito.

          O Cel Honório, como Presidente da Comissão, fez a apresentação no auditório do QG para o Comando e seu Estado Maior, e todos Oficiais Superiores.

          Encerrada a apresentação foi dada a oportunidade para a manifestação dos presentes. Todos nós, remanescentes da Comissão ficamos surpresos quando o primeiro a se manifestar foi o Dr. Kfouri, que iniciou a sua manifestação com a cortesia que lhe é peculiar: Esta é uma proposta irresponsável, em dez dias traremos a proposta da Diretoria de Saúde. Demorou, mais de dez anos, mas a proposta está bastante clara no site da Secretaria da Administração. O HPM vai atender, alem dos 40 mil militares estaduais e dependentes, perto de 120 funcionários públicos estaduais de toda Região Metropolitana e Litoral.

          Ainda bem que todos aqueles que emprestaram parte de seu salário para a construção do Hospital estão todos na reserva e ninguém se manifesta quanto a restituição desse empréstimo. E como ficam os policiais militares no Interior do Estado que continuam contribuindo para o FASPM e seu atendimento fica aos cuidados da providencia divina?

          Diante de todos estes fatos hoje fico honrado com o titulo de irresponsável, pois nunca me passou pela cabeça vender parte da instituição que foi conquistada com muito esforço e dedicação.

                                                                                  Dirceu Rubens Hatschbach, Cel Ref

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