Quando surgiu a última lei criando o FASPM foi injetado um volume excepcional de recursos numa reforma do Hospital que o deixou como modelo para o Estado. Equipamentos modernos foram adquiridos, mesmo sem a justificativa de necessidade urgente ou observando o critério de custo x beneficio. Continua imperando o principio do “achismo” e tudo com total desprezo a série historia de atendimentos e procedimentos. As decisões são tomadas pela emoção sublimando o uso da razão.
Se na reunião de ontem na SESP o secretario informou que a solução do problema do atendimento a saúde do policial militar ativo, inativo, pensionistas e dependentes seria solucionado satisfatoriamente em breve, a notícia publicada na imprensa no dia de hoje de que todos os funcionários públicos estaduais da Capital, Região Metropolitana e Litoral passariam a ser atendidos, a partir do dia 28 de outubro, pelo Hospital da Polícia Militar.
É muito difícil entender esse episodio. A população de militares estaduais da mesma área, entre todas as categorias ativos, inativos, pensionistas e dependentes somam em torno de 40.000. Cada policial militar desconta em seus vencimentos um valor mensal correspondente a 2% do soldo e, ainda, o SAS deve repassar R$ 700 mil e o atendimento é precário. A desculpa é sempre a mesma, falta material, falta pessoal, não temos condições de fazer uma cirurgia, falta estrutura humana para manter a UTI. No entanto, alguém deve ter tido a brilhante idéia de concordar e aceitar a proposta de atender os beneficiários do SAS da região metropolitana e litoral, em um numero aproximado de 118 mil. Praticamente o triplo do atual, para obter um retorno de 3,2 milhões mensais.
É preciso ficar atento que a maior parte do efetivo dos policiais militares dependentes do Fundo de Saúde estão no interior do Estado. Eles continuam contribuindo com os 2%, mas não tem atendimento. Vamos pensar melhor. Os funcionários públicos estaduais vão contribuir com 2% de seus vencimentos para obter o mesmo atendimento do PM? E o policial militar quando sofrer acidente ou for ferido em serviço vai continuar sendo internado no Hospital de Trabalhador ou Cajuru para ter seu atendimento coberto pelo SUS?
Me recuso acreditar que a nossa Corporação esteja passando por essas mudanças. Já perdemos, há tempo, o transito urbano; perdemos grande parte do transito rodoviário; a Casa Militar perdeu a defesa Civil; perdemos o FUNPM e o FUREBOM. A cada dia estamos perdendo espaços que foram conquistados com muito trabalho. Infelizmente estou vislumbrando dias negros para nossa instituição enquanto ficamos a observar o trem passar.
Dirceu Rubens Hatschbach – Cel RR
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